Artur Mas, o presidente da Generalitat, admitiu esta segunda-feira após consulta junto dos vários partidos políticos catalães que a consulta não pode ser realizada devido à ausência de garantias legais. Em causa está o pedido de declaração de inconstitucionalidade que o Governo espanhol do conservador Mariano Rajoy dirigiu ao Tribunal Constitucional, e que suspendeu de imediato a organização do referendo.
O responsável autonómico propõe agora uma “processo participativo” alternativo para conhecer a opinião dos eleitores catalães sobre o futuro daquela região espanhola. No entanto, a ideia enfrenta forte oposição dos partidos, que entendem que este “meio-termo” não teria qualquer força legal junto das instâncias internacionais, ao contrário de um referendo.
O volte-face está a provocar um terramoto político na Catalunha, onde diversas forças pedem a queda de Mas e do executivo da Convergência e União (CiU), e a convocação de eleições antecipadas. Esta ida às urnas assumiria sempre o carácter de um referendo não declarado à independência da região, considera a imprensa espanhola.