Pão: O mais velho alimento do mundo

O pão, base de todas as gastronomias ocidentais, está em plena mudança. As velhas padarias, não aguentando talvez os preços políticos que lhes foram sendo impostos, fecham por todo o lado. A comodidade de ir de manhã à porta de casa buscar o pão, que o padeiro lá deixara durante a noite, praticamente acabou. Nas…

Pão: O mais velho alimento do mundo

Embora muitas dietas radicais pretendam eliminar o consumo do pão, como o de todos os outros farináceos, já se concluiu que se tratam de dietas desequilibradas, e que afectam o rendimento físico e intelectual dos mais jovens, desde desportistas a estudantes.

Também a tentativa de defender antes o consumo do pão integral, por motivos de emagrecimento, é hoje contestado pelos nutricionistas – que asseguram ter o pão integral ainda mais calorias do que o normal. A não ser que se fale, evidentemente, de pão light ou diet.

Costumava dizer-se que uma mesa sem pão não era mesa de Deus. E a Missa, que celebra a Última Ceia de Jesus Cristo, gira toda em torno do pão e vinho abençoados e repartidos, como corpo e sangue de Deus.

Os primeiros pães apareceram na Mesopotâmia, numa região onde fica hoje o Iraque, há muitos milhares de anos, quando a sedentarização das vidas levou ao cultivo dos cereais.

Na Capadócia, Turquia, onde se documentam as primeiras habitações fixas da civilização ocidental, apareceu um pão específico, feito com leite em vez de água. Alfredo Saramago situava em 7 a 10 mil anos atrás a invenção dos moinhos (de pedra) para grãos de cereais.

Mas foi no Egipto, há 6 mil anos, que por puro acaso, se descobriu a fermentação natural (que sempre se dá ao fim de umas horas, quando a massa não foi ainda cozida). Viu-se que uma massa esquecida, humidificada com chuva, inchou.

O cultivo de cereais iniciou-se junto dos rios, alargando-se com as técnicas de irrigação. Em pouco tempo, no Egipto, o pão funcionava como moeda de pagamento aos trabalhadores.

E pouco depois, a partir das técnicas colhidas no Egipto, apareceram em Jerusalém tantas padarias que havia uma rua só dedicada a elas.

Na Europa da Idade Média o pão voltou a ser caseiro. Mas a revolução industrial do século XIX criou maquinarias que fizeram deste produto uma das maiores indústrias da época.

A actual decadência talvez não seja assim tão má. As velhas padarias desapareceram. Mas hoje, nas novas padarias de bairro, ou nos supermercados deste mundo globalizado, podemos comprar em qualquer cidade uma baguete francesa, uma chapata italiana ou um papo-seco português. E pães muito diversos de mistura. A saírem quentes durante todo o dia. E afinal, com um pouco de manteiga ou de azeite, o que é melhor do que um bom pão quente? 

Padaria Portuguesa: Um conceito em expansão

A Padaria Portuguesa surgiu em 2010 em Lisboa, como um projecto de dois primos e amigos: um, Nuno Carvalho, gestor, teve a ideia e desenvolveu o conceito; o outro, José Diogo Quintela, dos Gato Fedorento, entrou com o dinheiro.

Neste momento, há já 20 lojas espalhadas por toda a cidade. E os seus impulsionadores afirmam a intenção de continuarem a duplicar o seu número, até final de 2016.

Este crescimento, como outros negócios empresariais apressados, poderá levar a pensar em custos financeiros elevadíssimos, com uma falência à vista. Mas os primos asseguram que todo o crescimento é feito com capitais próprios.

Não só desenvolveram com aparente sucesso este conceito comercial em plena crise e época de recessão, como a meio do caminho, em 2013, reduziram o preço do pão em cerca de 33% (de 30 para 20 cêntimos, no caso do pão bola), para competir com os supermercados. Parece que as vendas compensaram a baixa dos preços.
Por razões económicas óbvias, todas as lojas são fornecidas por uma fábrica central, situada em Loures. Pelo que os seus produtos nunca têm aquele ar quentinho e acabado de fazer, afinal o sonho de qualquer 'pãozeiro'.