Na verdade, o SIL 2014 funciona como um imenso íman para muitos investidores brasileiros que estão crescentemente – e à semelhança de investidores de outros países estrangeiros – a demonstrar grande interesse pela segurança que o nosso imobiliário de excelência oferece.
Estive há três semanas no Brasil, a convite do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis e do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo, também para promover o SIL 2014, a cuja Comissão de Estratégia volto este ano a presidir, e testemunhei o crescente interesse dos brasileiros por Portugal.
Os investidores brasileiros são já responsáveis por 6% do total das transacções imobiliárias feitas por estrangeiros em Portugal. Durante muito tempo a oferta imobiliária de Miami (Florida) foi uma das grandes atracções dos brasileiros interessados em investir no exterior, em parte pela força da própria promoção de Miami, aliás ainda muito visível e realizada com enormes meios, mas o imobiliário português está a afirmar-se a cada dia que passa. Assim haja apoios que possam dar continuidade a este esforço de internacionalização do sector.
Um esforço que, no nosso caso, está a ser, para já, desenvolvido quase por conta própria, no Brasil como em Angola, na China ou no Dubai – mercados onde a nossa oferta imobiliária vai ganhando força, numa afirmação que se consolida na dinâmica do SIL, o único salão imobiliário que actualmente se realiza no nosso país.
O SIL é, realmente, a celebração e a consagração do sector imobiliário português. Mantendo a sigla do emblemático Salão Imobiliário de Lisboa, que lhe cedeu o espaço e o nome, o agora Salão de Portugal tem vindo, como aliás não me canso de sublinhar, a confirmar as previsões adiantadas para o regresso do imobiliário português como um dos motores do crescimento e do desenvolvimento.
Um crescimento e um desenvolvimento que passam pela reabilitação urbana das cidades com história e pelas possibilidades que estes projectos lançam nomeadamente para o turismo residencial. À boleia dos regimes de vistos gold de residência para estrangeiros de fora da União Europeia e de facilidades fiscais para residentes não habituais da União Europeia.
Um crescimento e um desenvolvimento para o qual o sector imobiliário muito pode voltar a contribuir, desde que as autoridades não cedam à tentação de agravar ainda mais a elevada fiscalidade que se exerce sobre o património construído e, pelo contrário, possam ter a lucidez de a aliviar com a inteligência de quem quer mesmo que o imobiliário possa cumprir uma das suas grandes vocações: servir, pela promoção interna e externa, as nossas cores nacionais do vermelho e verde.
*Presidente da CIMLOP, assina esta coluna semanalmente