O movimento, ou referências ao desenvolvimento democrático quer em Hong Kong quer em Macau, foi um tema abordado por três deputados, com Zheng Anting a dar o mote e a destacar que o índice da bolsa da antiga colónia britânica "conheceu em menos de um mês, uma descida superior a 10%" e causou "prejuízos económicos na ordem dos 380 mil milhões de dólares de Hong Kong (38 mil milhões de euros)".
Em causa nas manifestações de Hong Kong está a decisão de Pequim de conceder à população da antiga colónia britânica a possibilidade de, em 2017, eleger directamente o seu líder de Governo, num processo que, no entanto, estará limitado à escolha prévia dos candidatos por um comité eleitoral que Pequim acaba por controlar.
Os manifestantes não aceitam a posição política de Pequim e querem ser eles a escolher livremente o seu líder sem entraves nem escolhas prévias dos candidatos.
Para Zheng Anting, deputado eleito no sufrágio indirecto (pelas associações), o movimento de Hong Kong "fez com que Macau ficasse a perceber que não se pode precipitar no alcançar da democracia" e que o modelo político "um país, dois sistemas" aplicado às duas regiões Administrativas Especiais da China — Macau e Hong Kong — "foi necessariamente ponderado numa perspectiva de estratégia nacional e corresponde aos interesse dos residentes das duas Regiões".
O deputado defendeu também que o movimento destapou as "divisões" na sociedade de Hong Kong e que deve servir de alerta a Macau.
"Os jovens sentem-se inseguros em relação ao futuro, sobretudo face aos preços elevados dos imóveis e à carestia de vida" pelo que o "Governo deve analisar, a fundo, as motivações por detrás dos conflitos sociais, procurando atenuá-los" porque se isso não acontecer, Macau pode experimentar movimentos idênticos.
Lusa/SOL