RTP Madeira e Açores nas mãos do Conselho Independente

O novo modelo de funcionamento e financiamento dos centros regionais da RTP, na Madeira e nos Açores, passará mais pelo recém-criado Conselho Geral Independente (CGI) do que pelos executivos regionais ou da República.

Disso terá dado conta, ontem, a Alberto João Jardim, o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro, quê está a realizar uma visita à Madeira.

O CGI é composto por seis elementos. É presidido pelo vice-reitor da Universidade de Lisboa, António Feijó, e tem como vice-presidente o açoriano Álvaro Dâmaso.

No início deste mês, a administração da RTP entregou ao CGI o programa estratégico decorrente do Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento (PDR) da empresa.

Após a audiência de ontem com o presidente do Governo Regional, Poiares Maduro disse aos jornalistas que continua o “diálogo franco, aberto” e “cada vez mais produtivo”, relativamente ao futuro da televisão pública na Madeira.

O ministro espera que seja “possível encontrar uma solução que garanta, com ainda maior qualidade e valorização, a manutenção do Centro Regional da Madeira, do serviço público de rádio e televisão”.

Questionado sobre se já está decidida a questão do financiamento da RTP-Madeira, o governante respondeu que continua a ser discutido “qual é o modelo futuro, que garanta não apenas a viabilidade do centro regional da RTP, mas também a sua valorização em termos de conteúdos, que possam ser não apenas conteúdos produzidos para a Madeira, mas também para o resto do País”. Ou seja, a velha reivindicação de passar o sinal da RTP-M para o cabo, no continente, ou via TDT.

O ministro adiantou ainda que irá transmitir os resultados desta conversa ao presidente do CGI e ao conselho de administração da RTP, que “têm um papel e uma voz muito importante quanto à decisão final a tomar e quanto ao modelo final”.

O Governo dos Açores apresentou três soluções para o serviço público de rádio e televisão nas ilhas: “empresa 100% pública, 100% regional”, “empresa de capitais partilhados” entre o Governo dos Açores e a RTP e uma “solução minimalista”, que mantém o actual centro regional da RTP.

A Madeira rejeitou liminarmente a ideia de criação de uma empresa onde a RAM/Governo Regional teria 49% do capital e o Estado, 51%. Também torceu o nariz à possibilidade de ficar com o ónus de futuros despedimentos face à entrega da produção de conteúdos a empresas externas. Os governos das duas Regiões Autónomas recusaram, depois, a proposta de Poiares Maduro que, na reestruturação da RTP, manteria apenas a informação e descartaria a restante produção de conteúdos para empresas privadas.

Esta manhã, acompanhado pelo vice-presidente do Governo Regional, João Cunha e Silva, Poiares Maduro visitou as obras da Lei de Meios na frente-mar do Funchal e várias empresas do ramo tecnológico, quer no Funchal, quer no Caniçal, zona leste da ilha.

emanuel.silva@sol.pt