Há alguns anos, os táxis de Lisboa eram quase todos Mercedes, mas mais por razões comerciais do que por obrigatoriedade, e sempre havia diferenças de modelos. Em Nova Iorque, a Comissão de Táxis e Limousines da cidade assinou um contrato de mil milhões de dólares (790 milhões de euros) com a Nissan em 2011. A marca japonesa iria distribuir 15 mil carros NV220, construídos no México e adaptados a táxi, a partir de 2013 e ao longo de cinco anos.
Os taxistas e as empresas do sector na cidade não gostaram da ideia, principalmente a obrigatoriedade de escolher esse modelo – uma carrinha monovolume com portas deslizantes e grande bagageira, mas com quatro lugares na mesma – e avançaram desde logo para os tribunais. Mesmo o tradicional amarelo dos mundialmente conhecidos yellow cabs, apesar de manter-se, teve a sua tonalidade ligeiramente alterada pela marca japonesa.
Primeiro um juiz aceitou o pedido de bloqueio do contrato, que impedia os taxistas de comprarem carros híbridos, uma vez que o tal Nissan NV220 ainda não tinha uma versão híbrida. No seguimento dessa decisão, a Comissão de Táxis aceitou em 2012 permitir a compra de carros híbridos para táxi.
Depois os taxistas voltaram a apelar noutro tribunal no ano passado, alegando que a comissão excedeu a sua autoridade ao obrigar à compra de um modelo específico. O juiz aceitou o argumento e os taxistas vão poder ‘viajar’ até ao Tribunal de Recurso, em Albany, capital estadual, que tomará a decisão final sobre este assunto.
A escolha da Nissan veio no seguimento do projecto ‘Táxi do Futuro’, que pretendia encontrar um carro mais espaçoso, seguro e económico para servir de táxi em Nova Iorque. A Nissan bateu a concorrência da Ford e da Karsan, um fabricante turco, no início de Maio de 2011. “A Nissan NV200 é o Táxi do Futuro da cidade e vai ser o mais seguro, mais confortável e mais funcional que já tivemos”, afirmou o mayor de Nova Iorque na altura, Michael Bloomberg.