‘Vamos ganhar as eleições porque somos melhores que António Costa’

O ministro da Defesa Nacional defendeu hoje que o actual Governo obterá a confiança dos portugueses nas legislativas porque é melhor do que o PS de António Costa e tem obra feita que precisa de ser continuada.

‘Vamos ganhar as eleições porque somos melhores que António Costa’

"Não vamos ganhar as próximas eleições porque somos menos maus que António Costa, nós vamos vencer as próximas eleições porque somos melhores. Também não vamos ganhar as eleições apenas pela obra feita durante este mandato, a minha convicção é que vamos vencer por tudo aquilo que esta obra permite fazer no futuro", declarou José Pedro Aguiar-Branco.

O ministro da Defesa, e militante social-democrata, fez estas afirmações perante os deputados do PSD e do CDS-PP, durante as jornadas da maioria parlamentar que decorrem na Assembleia da República, sem se referir à questão sobre como vão os dois partidos apresentar-se às eleições legislativas previstas para 2015: em coligação ou separados.

Depois de falar do sector da defesa, Aguiar-Branco elogiou a acção do Governo PSD/CDS-PP em geral, sustentando que foram feitas "verdadeiras reformas estruturais" e que se operou "uma mudança de mentalidades no país" e uma "alteração do modelo de desenvolvimento económico", tendo alguns "campões nacionais" ficado para trás nesse processo.

"Há quatro anos, a ideia para gerar riqueza assentava sobretudo na construção, nas grandes obras públicas e privadas, era um modelo de desenvolvimento assente em cinco ou seis grandes campeões nacionais, que arrastavam consigo muitas outras empresas de pequena e média dimensão. Quatro anos depois, a verdade é que alguns desses campeões ficaram para trás, mas o resto dos milhares de empresas continuam a fazer pela vida, a serem mais eficazes, a venderem mais e a exportarem mais", disse.

O ministro da Defesa alegou que "o Governo criou uma nova doutrina, que ultrapassa a pura lógica partidária", e que "a partir de agora, nenhum Governo no futuro poderá voltar a ganhar eleições prometendo auto-estradas ou de uma forma simples dizendo que vai reduzir impostos, seja de que partido for".

Aguiar-Branco acusou o PS de António Costa – vencedor das primárias para a escolha do candidato socialista a primeiro-ministro, contra António José Seguro – de "falta de ideias", mas logo a seguir desvalorizou o maior partido da oposição.

"Não temos de estar preocupados em saber se o líder do PS é o António José Seguro ou o António Costa. O que nos deve a nós preocupar é o que temos de fazer nos próximos quatro anos", declarou. "Temos de consolidar todas as mudanças que fomos capazes de fazer", acrescentou.

Quanto ao sector da defesa, Aguiar-Branco reivindicou ter mudado "quase tudo, mas sempre sem colocar em causa a operacionalidade das forças armadas e mais, que era o que estava em causa há três anos" – numa crítica ao anterior Governo do PS.

Numa intervenção posterior, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, traçou um panorama da sua área de tutela, referiu dados da reorganização e das poupanças conseguidas desde 2011 e prometeu dar continuidade ao "reforço da capacidade das forças de segurança e dos serviços de segurança".

Miguel Macedo apontou a conclusão das alterações às leis orgânicas da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR) prioridades "no imediato" e, a este propósito, voltou a falar na necessidade de "compatibilizar melhor o exercício de funções das duas forças de segurança", uma matéria que qualificou de "melindrosa".

Segundo o ministro da Administração Interna, a "compatibilização" de funções, "por arrastamento", implicará "um esforço de racionalização de algum dispositivo", mas vai "trazer também clarificação".

Lusa/SOL