Batman e Mafalda de mãos dadas

O que têm Batman, Mafalda e Porto Bomvento em comum? A mesma linguagem que se convencionou chamar de banda desenhada e que em Portugal tem como expressão máxima o AmadoraBD – Festival Internacional de Banda Desenhada, que abriu portas ontem no Fórum Luís de Camões.

À 25.ª edição, mais do que um balanço do evento, a organização decidiu “propor uma reflexão do que é a BD hoje, tendo em conta as diversas formas de criar, editar e publicar na actualidade e que eram impossíveis há 25 anos”, explica ao SOL Nelson Dona, o director do festival. O resultado dessa reflexão está na exposição central, 'Galáxia XXI: o futuro da banda desenhada é agora' e que faz uma panorâmica da produção contemporânea, estando dividida em oito núcleos (grandes mercados, novos suportes, BD no cinema, etc.)

Como o festival tem o propósito de ser “o mais diversificado possível”, o espaço cultural da Brandoa tem duas exposições que primam pela popularidade das personagens: Batman e Mafalda, em ano de números redondos. O cavaleiro das trevas – criação atribuída oficialmente a Bob Kane, mas que se sabe ser de Bill Finger – é alvo de uma das “maiores exposições de sempre”, com originais dos anos 30 até aos dias de hoje e que contam as várias vidas que o super-herói sem poderes especiais teve ao longo dos 75 anos. Da obra de Quino, nascida há 50 anos, não há originais disponíveis, mas não faltam reproduções das tiras de Mafalda e companhia numa exposição de “carácter mais lúdico”, comenta Nelson Dona. 

Ainda no Fórum Luís de Camões, destaque para a transposição do livro em 3D Jim Curioso: Viagem ao Coração do Oceano, do francês Matthias Piccard (lançado agora em Portugal) para um espaço expositivo – tal como ao pegar no livro, o visitante tem de usar óculos.

Menção, por fim, à homenagem ao decano da BD portuguesa José Ruy – o criador de Porto Bomvento -, no CNBDI, e ao aguarelista Roque Gameiro, quando passam 150 anos do seu nascimento, em exposição na casa com o seu nome.

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