A menina foi violada em Maio por Mohamed Aminulah Barez, um mulá – figura religiosa islâmica xiita – Kunduz, no Norte do Afeganistão.
A vítima tentou esconder a agressão, mas teve que ser hospitalizada por estar a sangrar. Os médicos perceberam que ela tinha sido violada e informaram as autoridades, que logo detiveram o violador.
O caso foi levado a tribunal contra a vontade da família da criança, que ameaçou matá-la por tê-la “desonrado”, segundo a AFP. Activistas feministas afegãs asseguram que a menina teve que fugir dos familiares e escondeu-se num abrigo para mulheres, disponibilizado pelas activistas.
“Depois de ter tido conhecimento da violação, a família queria matá-la, por estarem cheios de vergonha. Até mesmo as enfermeiras do hospital não queriam tratá-la”, contou à AFP Hsina Sarwari, directora da ONG Women for Afghan Woman.
“Os membros da família gritavam: tu tens que morrer porque és uma vergonha para a nossa família”, afirmou Sarwari.
O mulá admitiu ter tido relações sexuais com a jovem, mas afirmou que as relações foram consentidas – a pena assim seria reduzida para 100 chibatadas.
O juiz Sulaiman Rasuli rejeitou este argumento que tornava a jovem culpada de adultério e condenou o violador a 20 anos de prisão.
“Agora está aliviada por saber que ele vai para a prisão”, disse a advogada da vítima, Shaima Qasemi.