Como se esperava, nenhum candidato obteve mais de 50% – o necessário para vencer logo na primeira volta. A presidência será disputada por Tabaré Vázquez (do partido Frente Ampla, de José Mujica) e Luis Lacalle, do Partido Nacional. O primeiro obteve 46% dos votos, e o segundo 31%, dados referentes a mais de 85% dos votos contados.
Pedro Bordaberry, do Partido Colorado, ficou em terceiro lugar com 13%.
Vázquez – Presidente do país entre 2005 e 2010 – tem mais razões para festejar. A soma dos votos dos dois partidos de direita – Partido Nacional e Partido Colorado – não alcançou os 46% do candidato da Frente Ampla.
O partido de Mujica tinha tudo a seu favor: Vázquez sempre foi considerado um homem honesto e quando deixou o cargo saiu com uma taxa de aprovação de 75%. A seu favor tinha também o inegável sucesso económico. A Frente Ampla, nos seus 10 anos de poder, erradicou da pobreza cerca de 900 mil pessoas – quase um terço da população do país – e o desemprego caiu para o mínimo histórico, 6 %.
Mujica aprovou ainda o casamento gay – contra a vontade do seu partidário Vázquez, mas este já assegurou que não vai voltar atrás na lei – despenalizou o aborto e legalizou o consumo e a produção caseira de marijuana.
Proposta de responsabilização criminal chumbou
Além das presidenciais, os uruguaios votaram também num referendo sobre a opção de redução da idade de responsabilidade criminal, dos 18 anos para os 16. O referendo não foi aprovado já que os defensores da medida perderam – 53% dos eleitores rejeitaram a proposta.
O principal vencedor, para já, foi a democracia. A campanha eleitoral decorreu sem quaisquer insultos ou alegações de corrupção – ao contrário do que aconteceu no vizinho Brasil entre Dilma e Aécio.