"A DECO pretende negociar um desconto directo em combustível através de um cartão, válido para qualquer dia do mês e tipo de pagamento e sem ligação a compras. Todos os consumidores podem registar-se a partir de hoje nesta iniciativa no sector da mobilidade", pode ler-se na informação publicada na página da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor acerca da plataforma já activa em www.decomais.pt.
Da parte da DECO, o representante no Conselho Tarifário da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, Vítor Machado, disse à Lusa que contabilizaram cerca de 30 propostas de desconto no mercado actualmente, mas que "requerem sempre uma forte ginástica por parte dos consumidores ou condicionam o seu uso", seja através de descontos diferidos, compras cruzadas ou de outras.
"O nosso diagnóstico é que o mercado está recheado, mas todas elas têm essa limitação e condicionam a liberdade do consumidor. A nossa ideia é proporcionar aos consumidores um meio alternativo", disse Vítor Machado.
Na página da associação é recordado que no "mercado dos combustíveis, a partir dos seis cêntimos, prevalecem as restrições no acesso universal a descontos: há a obrigatoriedade de fazer compras num parceiro, de pagar com o cartão de crédito ou de abastecer apenas em determinado dia do mês, entre outras condições".
Assim, o consumidor que se registar na plataforma até dia 30 de Novembro vai ter direito a receber em casa o cartão DECO+ sem encargos, passando a poder usá-lo nos postos do operador (ou de vários) que resultar das negociações.
Questionado sobre se os maiores operadores (BP, Cepsa, Galp e Repsol) estarão abertos a esta proposta da DECO, Vítor Machado responde afirmativamente e sem dúvidas: "Todas as iniciativas que temos vindo a desenvolver nestas matérias mostram que do lado das empresas [há abertura], quer por força das circunstâncias conjunturais, quer por reconhecerem que o consumidor tem uma voz activa".
No longo prazo, o objectivo da DECO é que o cartão possa ser usado em mais áreas para além dos combustíveis, ainda que, numa primeira fase, pretendam que diga respeito ao sector da mobilidade e transportes.
Lusa/SOL