Na missiva, a que a Lusa teve hoje acesso, Ana Mafalda Pernão afirma que a situação do edifício centenário que acolhe a escola, situada no Bairro Alto, "tem causado diversos acidentes e agravado os riscos de segurança para toda a comunidade educativa", impedindo seu o funcionamento "em condições minimamente aceitáveis".
Tectos em risco ou já caídos, chuva que entra em várias salas, vários pianos retirados e substituídos por alguidares e baldes e infiltrações na cobertura, paredes exteriores e janelas, são alguns dos principais problemas detectados.
Face a esse cenário, há um "número progressivamente crescente de salas inutilizáveis, sobretudo em situações de pluviosidade", o que obriga a um plano de rotatividade de salas para não serem sempre os mesmos alunos os prejudicados.
"Chama-se a atenção para a forte probabilidade desta situação dramática vir a sofrer ainda maiores agravamentos ao longo do outono e do inverno que se aproximam", acrescentam.
Na carta, a directora da escola e a associação de pais frisam que "a corda esticou até ao limite" e "estará a breve passo de se quebrar" e afirmam que querem que a escola de música seja falada "pela formação de excelência que ministra" e "não por algum acidente grave".
"A Escola de Música do Conservatório Nacional não pode esperar mais", sublinham.
A direcção da escola e a Associação de Pais lembram ainda Nuno Crato que a escola tem 180 anos, está naquele edifício desde a sua fundação e teve as últimas "obras de vulto" em 1940.
Desde essa altura, só ocorreram intervenções "pontuais e avulsas", lê-se na carta, que é acompanhada por várias fotografias exemplificativas do estado do edifício.
O Conservatório tem actualmente 963 alunos no ensino especializado de música e 280 em ensino integrado, do 5.º ao 12.º ano.
Lusa/SOL