“Vai ser importante para legitimar as autoridades nessas regiões”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov. “Esperamos que as eleições avancem, como foi combinado, e claro que vamos aceitar o seu resultado”, acrescentou.
Os separatistas armados – que a Ucrânia acusa de serem financiados pelo Kremlin – tomaram os edifícios governamentais em Donetsk e Luhansk e denominaram-nas “repúblicas populares”.
Tanto o governo ucraniano como vários países ocidentais já afirmaram estar categoricamente contra estas eleições – Kiev tinha apelado ao vizinho do Leste para que este pressionasse os separatistas a voltarem atrás nas eleições de 2 de Novembro.
As esperanças ucranianas terminaram com as palavras de Lavrov.“Esperamos que a votação seja livre e que ninguém de fora a tente impedir”, ripostou o ministro russo.
Neste domingo, decorreram as eleições parlamentares na Ucrânia e os partidos pró-Europa ficaram nos três primeiros lugares nas preferências dos eleitores. O que demonstra que o povo ucraniano está mais virado para o ocidente e cada vez mais de costas voltadas para o Leste.
Contudo a votação não ocorreu nas áreas controladas pelos separatistas, nem na Crimeia – que foi anexada pela Rússia em Março.
Esta atitude de Moscovo irá “minar o processo de paz”, afirmou um diplomata ucraniano à AFP.
Kiev e o Kremlin acordaram um cessar-fogo no dia 5 de Setembro. O que já parecia um acordo ficcional – durante o cessar-fogo morreram centenas de pessoas – agora com esta ofensiva política, por parte da Rússia, o acordo que nasceu torto parece que não se vai endireitar.
Desde o início do conflito entre os dois países – com a anexação da Crimeia – morreram mais de 3.700 pessoas.
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