"Eu não tenho que concordar com todas as matérias que a OCDE põe em cima da mesa", disse Mota Soares aos jornalistas, à margem das comemorações do 36.º aniversário da UGT.
O governante considerou que o relatório, cujas conclusões foram conhecidas na segunda-feira, "é extremamente positivo para o país", mas afirmou que há matérias que a instituição defende com as quais não concorda, nomeadamente ao nível do congelamento da contratação colectiva.
"O relatório é muito importante, elogioso para o país e tem um conjunto de dados muito importantes, mas não tenho que concordar com todos", disse Mota Soares, quando questionado sobre a indicação da OCDE de que o Governo deve aumentar o Rendimento Social de Inserção (RSI), numa altura em que o Governo se prepara para cortar este apoio ao introduzir um tecto na acumulação de prestações sociais não contributivas.
Momentos antes, o ministro tinha participado na abertura do seminário internacional que entre hoje e quarta-feira marcará o 36.º aniversário da UGT, onde elogiou o "sentido de Estado" e de "compromisso" da central sindical.
"A UGT tem sabido gerir bem o peso das suas responsabilidades", sublinhou Mota Soares durante a sua intervenção.
Para o ministro, a UGT tem conseguido olhar "sempre para a defesa dos trabalhadores e perceber que Portugal poderá ter um futuro mais sustentável e mais próspero através do diálogo social, do que através de um sindicalismo de pura contestação, de única e exclusiva contestação".
O "Economic Survey" da OCDE, publicado de dois em dois anos, foi apresentado na segunda-feira no Ministério das Finanças pelo secretário-geral da Organização, Angel Gurría, numa cerimónia que contou também com a presença da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
Lusa/SOL