Segundo um comunicado da Aliança Atlântica, o incidente insere-se num inusitado aumento da actividade da aviação militar russa nos céus europeus registado nas últimas 48 horas.
Os dois bombardeiros tinham sido detectados pela primeira vez cerca das 3h da madrugada por radares noruegueses. Nesse momento, voavam junto a outros dois Tu-95 e quatro aviões de reabastecimento. Interceptados por caças F-16 da Noruega, duas das aeronaves rumaram a Sul, tendo sido identificados mais tarde por Portugal.
A NATO refere que a Rússia não partilhou os planos de voo desta formação e que os aviões não respondem aos controladores aéreos civis. A Aliança Atlântica afirma que este comportamento pouco usual representa “um risco potencial para a aviação civil”.
Os Tu-95 são bombardeiros estratégicos com grande autonomia de voo (cerca de 15.000 quilómetros sem reabastecimento) que costumam realizar longas patrulhas aéreas. Estas patrulhas eram frequentes durante a Guerra Fria e regressaram após 15 anos de interrupção, em 2007, já na era Putin, com avistamentos destas aeronaves no Atlântico e também no Pacífico, junto às costas norte-americana e japonesa.
O episódio desta terça-feira no Atlântico junta-se a outro semelhante no Báltico e outro sobre o Mar Negro.
Recorde-se que a Rússia e os aliados encontram-se num momento de grande tensão política e militar após a recente invasão e anexação de parcelas do território ucraniano por parte de Moscovo.
pedro.guerreiro@sol.pt