O Metro de Lisboa vai parar novamente

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa realizam uma greve de 24 horas no dia 13 de Novembro, contra a concessão da empresa a privados, anunciou hoje a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

"No plenário hoje realizado, coincidente com a publicação da fusão da gestão da empresa com a Carris, Transtejo e Soflusa, os trabalhadores decidiram avançar para uma nova greve de 24 horas, no dia 13 de Novembro de 2014", refere a federação num comunicado.

A Fectrans defende que "o Governo tudo fará para que, enquanto se mantiver em funções, concretizar o seu plano de destruição de um serviço público de qualidade e da sua transformação num instrumento dos negócios dos grupos económicos e financeiros".

O Governo anunciou recentemente que o concurso para concessão da empresa e da Carris — por um período mínimo de nove anos – deverá ser lançado no final deste mês ou no início de Novembro.

Segundo diplomas publicados hoje no Diário da República, os administradores das empresas de transporte que vão ser fundidas poderão acumular funções até três anos, sem remuneração adicional, se as novas entidades não forem criadas entretanto.

No caso das empresas de transporte da região de Lisboa (metro, autocarros e ligações fluviais), o mandato "cessa com a extinção do Metro de Lisboa, da Carris, da Transtejo e da Soflusa, por fusão numa entidade a criar, ou no prazo de três anos, se a fusão se não tiver entretanto concluído".

A greve dos trabalhadores do Metro de Lisboa coincide com o "Dia Nacional de Indignação, Acção e Luta", marcado pela CGTP para 13 de Novembro, em defesa do aumento dos salários, estabilidade do emprego, reposição dos direitos laborais e contra as políticas do Governo.

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, explicou, em conferência de imprensa, que o dia de luta de 13 de Novembro deverá integrar greves, parciais ou totais, no sector público e no privado, cujos contornos serão definidos nos respectivos sectores ou empresas.

O aumento geral dos salários, a reposição do horário de trabalho de 35 horas na administração pública, a reposição dos dias feriados e de férias retirados são algumas das reivindicações subjacentes ao dia de protesto nacional, que mantém a exigência de demissão do Governo e a realização de eleições antecipadas.

Lusa/SOL