Habemus nova luz na Capela Sistina

Em 1980, o Vaticano decidiu fechar as janelas da Capela Sistina para evitar que os raios solares estragassem as obras de arte, o que fez com que os cerca de 20.000 visitantes diários tivessem que apreciar as obras de Miguel Ângelo, Botticceli, Pinturicchio, Perugia e Signorelli através da luz artificial.

Habemus nova luz na Capela Sistina

Hoje, depois de três anos de trabalhos, a capela ganhou uma nova luz. O Vaticano instalou uma nova iluminação de cerca de 7.000 lâmpadas led que, para além de reduzirem os custos energéticos em 80% – segundo a Associated Press –, foi programada para reproduzir a luz natural que outrora entrou pelas janelas da capela onde são realizados os conclaves que elegem os papas.

“ É uma iluminação homogénea, que permite admirar a Capela Sistina em todo seu esplendor”, disse Antonio Paolucci, director dos Museus do Vaticano.

Foi também instalado um novo ar condicionado de alta tecnologia para melhor preservar as famosas peças de arte.

O antigo ar condicionado era datado de 1993 e foi programado para receber pouco mais de 1.5 milhões de pessoas por ano – que na altura era a afluência da capela.

A empresa norte-americana Carrier, responsável pelo projecto, garante que desde que o local não receba mais de 1.500 visitantes ao mesmo tempo nenhuma partícula de pó vai afectar os cerca de 2.500 metros de obras de arte. Os níveis adequados de dióxido de carbono também estão garantidos pelo sistema, asseguram.

A obra custou cerca de 3 milhões de euros e foi parcialmente suportada pela União Europeia.

Este ano celebra-se o 450º aniversário da morte de Miguel Ângelo. Antonio Paolucci é da opinião que esta é uma boa homenagem ao mestre do Renascimento, uma homenagem que “ dura e que não é efémera”. 

miguel.mancio@sol.pt