Os dados divulgados pela Jones Lang LaSalle (JLL) no seu relatório Office Flashpoint de Setembro não deixam dúvidas: o take-up cresceu 244% face ao mês anterior e 199% face ao mesmo mês do ano passado, registando-se seis transacções acima dos 1.000 m². Essa área é claramente superior à média transaccionada nos últimos anos, que se tem situado entre os 350 m² e os 500 m².
Em Setembro, e pelo terceiro mês consecutivo, o Corredor Oeste, entre Lisboa e Cascais, foi a zona mais dinâmica (38% da ocupação), seguindo-se o Prime CBD (29%). Sublinhe-se que 74% das operações dizem respeito à mudança de instalações.
“Desde o início do ano, começou a ser claro que 2014 marcaria o ponto de inversão do ciclo de queda nos escritórios. É bastante positivo que, a três meses do fim do ano, já se tenham superado os resultados de todo o ano passado, sendo seguro afirmar que devemos voltar a superar a barreira dos 100.000 m² de ocupação, considerando que o último trimestre é normalmente o mais forte do ano”, revela Mariana Rosa, directora de Office Agency e Corporate Solutions da JLL.
No acumulado do ano, considerando os primeiros nove meses, a ocupação cresceu 76% face ao mesmo período do ano passado, sendo que 67% da área ocupada neste período foi relativa à mudança de instalações.
O terceiro trimestre foi o mais dinâmico do ano, com uma absorção de 37.462 m² e um crescimento de 58% face ao trimestre anterior e de 97% face ao homólogo. Até Setembro, foi também o Corredor Oeste a zona que maiores níveis de actividade registou (44% da ocupação total), dominando também em termos trimestrais (31%).
Já na procura, as empresas do segmento 'Serviços a Empresas' destacaram-se pelo volume de escritórios que ocuparam nos primeiros nove meses, 19.366 m², seguidas das de 'Serviços Financeiros' 7.925 m².
Lisboa ajuda Europa
O crescimento de Lisboa contribui também para que a procura de espaços de escritórios na Europa Ocidental tenha atingido o nível mais elevado desde a crise financeira. Segundo o mais recente estudo da consultora imobiliária CBRE, a capital portuguesa destaca-se neste panorama como uma das cidades que mais contribuíram para o aumento europeu.
Os ocupantes corporate estão a regressar ao mercado com novos requisitos para os espaços de escritórios, com a procura no segundo trimestre de 2014 a recuperar 21% face ao primeiro trimestre. Representou o maior nível de absorção do mercado de escritórios na Europa Ocidental, no período de Abril a Junho, desde a recessão económica.
Um elemento central foi a forte actividade em Lisboa e Milão, com Londres a manter a posição dominante enquanto destino para ocupantes corporate. A capital inglesa teve uma subida de 29% nos níveis trimestrais de absorção.
Segundo Tim Hamilton, director sénior do departamento de Global Corporate Services da CBRE para a região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), verificou-se “um maior interesse das empresas em arrendar ou adquirir espaços, em particular na Europa Ocidental, o que é animador. Os ocupantes corporate, que nos últimos anos foram travados por restrições orçamentais, daí resultando uma contracção dos níveis de absorção, se encontram agora em posição para expandir e ocupar novos espaços”.