Oficial da PSP diz que Xanana está envolvido em casos de corrupção

Para além dos magistrados expulsos de Timor, um oficial da PSP foi também obrigado a abandonar o país esta semana. Em declarações ao jornal Expresso, José Brito afirma que enviou para Portugal um contentor com as provas que implicam Xanana Gusmão em casos de corrupção.

Oficial da PSP diz que Xanana está envolvido em casos de corrupção

O oficial da PSP estava desde 2010 no gabinete Anti-Corrupção do Governo de Timor. José Brito disse ao Expresso que existe uma ligação entre o primeiro-ministro timorense e “contratos de arroz com a filha, de combustível com um sobrinho e a exploração de petróleo”, lê-se no site do jornal.

Recorde-se que os magistrados estavam a investigar oito membros do Governo de Xanana Gusmão. Para saber mais sobre esta ‘operação mãos limpas’ , que decorria há cerca de três anos, clique aqui.

Já o Público afirma que Xanana Gusmão terá informado Pedro Passos Coelho que estava “preocupado” com “alguns indícios” de corrupção no sistema judicial timorense.

O primeiro-ministro de Timor começou por escrever uma carta aos deputados do seu país dizendo que “interesses privados contactaram o Conselho Superior da Magistratura no sentido de influenciar a nomeação de juízes” nos processos existentes entre o Estado de Timor e várias companhias petrolíferas internacionais.

Posteriormente, Xanana terá enviado uma outra carta a Pedro Passos Coelho na qual abordava o tema da corrupção. O primeiro-ministro timorense faz referência nesse documento à empresa de exploração de minerais norte-americana Conoco Phillips – empresa que Timor processou por não ter pago vários impostos – e afirma que esta contactou vários magistrados de Díli, revela o Público.

De acordo com o mesmo jornal, Xanana Gusmão não se refere em particular aos magistrados portugueses uma única vez, fazendo críticas ao sistema judicial no seu todo.

Os “motivos de força maior” que levaram à expulsão dos magistrados portugueses referem-se também  a 51 processos no tribunal no valor de 378 milhões de dólares de impostos e deduções ilícitas que as petrolíferas devem ao país, que o Estado timorense perdeu.

A procuradora portuguesa Glória Alves, uma das magistradas visadas pela ordem de expulsão do Governo timorense, afirmou hoje na passada sexta-feira que os juízes expulsos de Timor-Leste não tiveram qualquer interferência nos processos das petrolíferas.