Do referendo constavam duas perguntas: “Quer que a Catalunha seja um Estado?” e “Quer que seja um Estado independente?” A opção Sim/Sim era a desejada dos independentistas, e ganhou com 80% dos votos expressos.
Mas, como só 36% do eleitorado foi votar, os sufrágios dos independentistas reduzem-se a 29% do total dos eleitores, o que é claramente insuficiente para começar discussões com o governo central de Madrid sobre a secessão.
O tribunal constitucional espanhol declarou que o referendo não tinha validade jurídica. Agora, a reduzida participação do eleitorado retirou-lhe também peso político. A maioria dos catalães não quis participar num exercício eleitoral que sabia, antecipadamente, que não iria servir para o que quer que fosse.
Uma Catalunha independente privaria Espanha de 16% da sua população e de 20% do seu PIB. Além disso, o País Basco espanhol não levaria muito tempo a exigir a sua própria separação de Espanha.
Numa Península Ibérica mais fraccionada, Espanha continuaria sempre a ser o maior país. Mas este, claramente, não é o tempo.