Camponeses angolanos ficaram sem colheitas. A culpa é dos elefantes

Camponeses de cinco aldeias na província angolana do Cuanza Norte ficaram sem as suas culturas, destruídas por manadas de elefantes, denunciaram hoje as autoridades locais.

Segundo o administrador da comuna do Bindo, no município de Ambaca, a situação é preocupante porque as populações das aldeias afectadas estão à beira de uma crise alimentar.

Francisco Mabango disse que foi já solicitada a intervenção das autoridades centrais para se afastar os animais, que se encontram naquelas áreas há dois anos.

O responsável sublinhou que a manada de elefantes, que ultrapassa a dezena e meia, devasta tudo que encontra pelo caminho.

"Com esta situação, advinha-se uma penúria alimentar, atendendo o nível de destruição que os elefantes estão a provocar às culturas dos camponeses", alertou Francisco Mabango, citado pela agência de notícias angolana Angop.

Todas as orientações dadas pelas autoridades aos camponeses, para afastar os animais, como a queima de pneus, têm resultado em fracasso.

O administrador acredita que a manada de elefantes é proveniente do Parque Nacional da Quiçama, pela proximidade com a região e por se apresentarem com argolas de identificação.

Na comuna do Bindo, habitam em 17 aldeias 3.351 pessoas, na sua maioria camponeses, que se dedicam ao cultivo de amendoim, banana, mandioca e feijão.

O conflito entre elefantes e o homem tem sido uma constante sobretudo na zona norte de Angola, com os mamíferos a invadirem as lavras e a população sem meios para os afastar.

A direcção provincial de Agricultura também confirmou hoje à Lusa a gravidade da situação, garantindo que o assunto será analisado numa reunião técnica, conjunta com os especialistas do Ministério do Ambiente, prevista para o mês de Janeiro.

Lusa/SOL