Director de jornal japonês demite-se após reportagem sobre escravas sexuais

O director do jornal japonês Asahi anunciou hoje que se irá demitir no próximo 05 de Dezembro devido ao escândalo provocado por erros em reportagens sobre o uso de mulheres coreanas como escravas sexuais nos anos 1940.

O jornal pediu desculpas em Agosto pelas reportagens publicadas há décadas e supostamente baseadas em testemunhos errados sobre o recrutamento de mulheres na ilha coreana de Jeju para serem usadas como escravas sexuais do exército japonês, durante a II Guerra Mundial.

Um mês depois, o jornal voltou a pedir desculpas por outro artigo, em que afirmou erroneamente que 90% dos trabalhadores da central nuclear de Fukushima, atingida pelo maremoto de 2011, desobedeceram ao director da unidade, Masao Yoshida, e fugiram durante a crise.

O diário, com uma linha liberal e antinuclear, disse que havia conseguido a transcrição do interrogatório, não público, aos trabalhadores. No entanto, posteriormente, o Governo japonês publicou as respostas e foi público que os trabalhadores abandonaram a central, desobedecendo às ordens. 

O director do diário, Tadakazu Kimura, pediu, num texto publicado no próprio 'site', as suas "sinceras desculpas" por estas rectificações que "minam a confiança da sociedade e dos leitores deste jornal", o segundo mais lido do país.

O seu substituto será o jornalista Masataka Watanabe, funcionário do diário desde 1982 e membro da junta directiva desde 2013.

O jornal atribuiu o erro a "interpretações incorrectas" porque não se "contrastou suficientemente" a declaração de Yoshida.

Lusa/SOL