"Despedaçarei o Tribunal de Haia. Deixei ali uma besta ferida", afirmou Vojislav Seselj num comício realizado em Belgrado, que contou com a participação de milhares de seguidores do Partido Radical Sérvio (SRS).
Seselj, que passou os últimos anos na prisão especial para o TPIY, foi posto em liberdade para poder receber tratamento a um cancro de que padece, com a condição de "não influenciar as testemunhas e as vítimas" que participam no julgamento que decorre desde 2007 contra ele.
O TPIY julga Vojislav Seselj por crimes de guerra e contra a humanidade, nomeadamente tortura, assassinato e perseguição, cometidos entre 1991 e 1994 contra a população não sérvia da Bósnia-Herzegovina, Croácia e Vojvodina (Sérvia).
No comício, Seselj chamou traidores ao presidente da Sérvia, Tomislav Nikolic, e ao primeiro-ministro, Aleksandar Vucic, que durante a guerra nos Balcãs (1991-1995) foram seus colaboradores próximos e membros do SRS.
Afirmou ainda que o SRS conquistará o poder no próximo ano, em eleições antecipadas, para "voltar a Sérvia para o Leste" e afastá-la da União Europeia.
Vojislav Seselj disse no mesmo comício que "os países ocidentais bombardearam muitas vezes e cometeram genocídio contra o povo sérvio" e criticou que 23 países membros da União Europeia (UE) tenham reconhecido a independência da antiga província sérvia do Kosovo.
"Ninguém que queira o bem do povo sérvio gosta da União Europeia, pois os nossos inimigos estão ali", insistiu o líder radical.
Lusa/SOL