‘Estamos a longo prazo nas telecoms’

Mostrar que há outras opções além de uma simples venda da PT Portugal por parte dos brasileiros da Oi. Essa foi uma das intenções da Sonae quando se aliou a Isabel dos Santos para, através da Zopt, trabalhar no processo que está a animar a área das telecomunicações, onde o grupo liderado por Paulo Azevedo…

“Anunciámos a nossa disponibilidade para participar numa solução que pudesse incrementar a proximidade da Portugal Telecom a uma estrutura accionista de base portuguesa”, explicou ontem Luís Filipe Reis, um dos responsáveis da Sonae, numa conferência com analistas sobre os resultados do grupo até Setembro. “Na nossa perspectiva, poderia haver outras alternativas para além das que estão a ser debatidas. E o facto é que, desde então, surgiram mais, provando que estávamos certos. Há mais alternativas do que uma simples venda da Oi a outro player”, sustentou.

Questionado sobre a aposta nas telecomunicações, Luís Filipe Reis garante que o grupo liderado por Paulo Azevedo “é um investidor a longo prazo nesse sector”.  E assume que a Sonae “está sempre a olhar com cuidado e atenção para este mercado”.

Ainda que não seja o seu negócio principal – esse lugar é ocupado pelo retalho, com as insígnias Continente, Worten ou Sportzone – nas telecoms o grupo que também é dono da Nos acredita ser “o melhor parceiro para um operador em Portugal”. 

“A Nos está a ter uma boa performance. Continuamos a acreditar que é um bom investimento para o grupo e que podemos gerar mais valor”, salientou Luís Filipe Reis.

Nas contas consolidadas dos primeiros nove meses do ano, a Sonae enfatiza o “forte desempenho operacional da Nos, que levou a ganhos de quota de mercado e melhorias no desempenho financeiro da unidade de telecomunicações”.

Até Setembro, o grupo  registou lucros de 95 milhões de euros, menos 60,7% do que no mesmo período de 2013, quando lucrou 242 milhões de euros. Ainda assim, esse resultado reflecte a fusão da Zon-Optimus e imparidades registadas no terceiro trimestre. Excluindo esses factos, o lucro da Sonae teria sido de 64 milhões de euros ou seja subiu 47,7% no alcançado agora.

Com um volume de negócios total de 3,6 mil milhões de euros (+4,1%), o retalho alimentar através do Continente continua a ser a área com mais peso, representando 2,53 mil milhões de euros entre Janeiro e Setembro (+1,8%).
Mas é no retalho especializado que a performance se destaca com crescimentos nas receitas acima de 10%.

ana.serafim@sol.pt