Desde o anúncio da resolução do BES, no dia 3 de Agosto, os holofotes estão direccionados para a actuação de Carlos Costa e do BdP. Esta audição, bem como os factos que venham a ser apurados durante os trabalhos da comissão, poderão influenciar o destino do governador no BdP, uma vez que o seu primeiro mandato termina já em Maio de 2015.
Carlos Costa e os vice-governadores, Pedro Duarte Neves e José Ramalho, não serão poupados aos temas mais polémicos, como a manutenção de Ricardo Salgado na liderança do BES, a 'paternidade' do aumento de capital, o timing do reporte da situação do BES à Comissão Europeia e o custo da medida de resolução para os contribuintes.
O SOL contactou os grupos parlamentares e da oposição surge a indicação de que o regulador ficará sob pressão.
“Se algo deve ser determinante para a recondução do governador do BdP não deve ser apenas a audição e os seus resultados, mas a confessada e reiterada incapacidade de fiscalizar o sistema financeiro – que na óptica do PCP não se deve exclusivamente às opções do governador, mas ao próprio enquadramento legal que subordina as instituições públicas aos grandes grupos económicos”, refere o deputado Miguel Tiago, do PCP. Os restantes grupo parlamentares não responderam até ao fecho da edição.
Depois do governador, a comissão prossegue os trabalhos na terça-feira, dia 18, com a audição dos reguladores do mercado de capitais e do seguros, Carlos Tavares e José Almaça. Na quarta-feira, serão ouvidos a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, e o anterior titular da pasta, Teixeira dos Santos.
A maioria das informações solicitadas já está na posse dos deputados. A principal excepção é a auditoria forense do BdP ao BES, que o regulador não quer divulgar publicamente. Por sua vez, o Novo Banco e a CGD invocaram sigilo bancário para não enviar os documentos pedidos pela Assembleia. O presidente da Comissão, Fernando Negrão, enviará um ofício a estas entidades para levantar o sigilo bancário.