O supervisor defendeu que o mais importante é olhar “para o futuro”. “Penso que isto não voltaria a acontecer como aconteceu. Há muito trabalho a fazer também no Conselho Nacional de Supervisores Financeiros. Mais do que acentuar o que se passou, é importante tirar lições.”
“Nunca me ouvirá a fugir às minhas responsabilidades. Quando tudo isto aconteceu fizémos um exercício de auto-avaliação na CMVM e o resultado deixou-me confortável. Não me peçam para invadir as competências que não são minhas”, repetiu em resposta a Cecílica Meireles do CDS, escusando-se a comentar a actuação do Banco de Portugal.
“Há zonas na Lei que são brancas e não concordo com elas. Não podemos, por exemplo, proibir a distribuição de produtos financeiros, só exigir informação. Eu defendo que devemos ter competências para impedir a comercialização.”
Reuniões sobre BES
Carlos Tavares adiantou que “o Conselho de Supervisores Financeiros reuniu várias vezes e falou sobre as preocupações do BES”. Além disso, “a 18 de Julho, na reunião do Conselho de Estabilidade Financeira, o assunto foi debatido com alguma profundidade”, adiantou Carlos Tavares.
Na opinião do supervisor da bolsa, “o problema esteve na ponta final e na precipitação dos acontecimentos naquele mês terá provocado uma descordenação que deveria ter sido evitada”. “E se algum dia antecipei este desfecho? Não. Os supervisores identificaram muito em cima dos acontecimentos os riscos do que estava a acontecer”.