Ministra quer ‘punições severas’ para gestores do BES

Maria Luís Albuquerque defendeu hoje na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES que deve haver “punições severas” para quem cometeu infracções no banco liderado por Ricardo Salgado.

Ministra quer ‘punições severas’ para gestores do BES

“Defendo punições severas para quem teve comportamentos impróprios nesta matéria”, referiu a ministra do Estado e das Finanças.  Maria Luís Albuquerque afirmou que “quem cometeu infracções, fê-lo de forma deliberada e consciente”. Todas as responsabilidades individuais devem ser apuradas, admite categoricamente a ministra perante os vários grupos parlamentares.

Sobre a eventual fuga de informação que terá motivado a queda acentuada das acções nos dias anteriores ao anúncio público da resolução do BES [a 3 de Agosto], a ministra questiona: “Uma fuga de informação de uma decisão que não estava tomada é algo que tenho dificuldades em perceber”.  Ainda assim, Maria Luís Albuquerque remete para a CMVM, o regulador da bolsa, a investigação sobre a possível fuga.

Recorde-se que Carlos Tavares, presidente da CMVM, avançou que o governador do Banco de Portugal o contactou no dia 1 de Agosto, sexta-feira, às 15h12, dando conta que receava uma fuga de informação. Nesse momento, as acções do BES desvalorizavam acentuadamente. O BES chegou a recuar 45% na bolsa.

“O impacto do BES na economia será negativo”

A ministra das Finanças acabou por assumir aos deputados que a resolução do BES terá um impacto negativo na economia. “Nunca disse que não havia impacto na economia”, esclareceu Maria Luís Albuquerque. “Uma falência desordenada ou não tem sempre impacto na economia. Há seguramente impacto na confiança dos agentes económicos e perda de postos de trabalho”, até pela dimensão do grupo.

A ministra referiu que o Governo não encomendou qualquer estudo para avaliar as possíveis consequências da resolução do BES para a economia portuguesa porque seria baseado em pressupostos difíceis de estimar. Mas garantiu que “aconteça o que acontecer não haverá prejuízos para os contribuintes”.

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sandra.a.simoes@sol.pt