Um dos pontos focados pela deputada Mariana Mortágua, do BE, foram os projectos de investimento e de obras públicas, já que o GES teve participação em alguns projectos através da Ascendi, que ficou com algumas Parcerias Público-Privadas, e da construtora Opway.
Contudo, Teixeira dos Santos rejeitou que o GES fosse um actor dominante. “Não tenho qualquer conhecimento de um lóbi especial para envolver o BES em negócios. Nos projectos de investimento, o BES não foi a entidade que mais participou no financiamento das concessões e subconcessões. Destaca-se o BEI como o principal financiador, a CGD e o BCP. O BES e o BPI vêm a seguir”, respondeu o ex-ministro.
Uma “vintena” de reuniões com o BES
Teixeira dos Santos garante que nunca tomou decisões “baseadas em indicações ou necessidades manifestadas por Ricardo Salgado”. O antigo titular da pasta das Finanças admitiu que houve um momento “particularmente difícil” da crise financeira de 2010 em que ouviu com particular atenção os responsáveis das principais instituições financeiras. Essas opiniões “foram importantes para ajuizar as dificuldades” e o “o Dr. Ricardo Salgado, enquanto elemento desse colectivo, foi ouvido”.
O economista explicou que, nos seis anos que esteve no Ministério das Finanças com a superintendência do sistema financeiro, houve “contactos frequentes” com responsáveis do sector financeiro, que se traduziram em várias reuniões bilaterais e conjuntas. “Com o BES, entre reuniões bilaterais e conjuntas, tive uma vintena de reuniões ao todo. Mas nada que se possa dizer que seja uma relação especial. Foi uma relação que mantive com todos. Poderia dizer o mesmo do BCP ou da CGD”, disse o ministro.
Teixeira dos Santos referiu também que poderia haver questões de domínio fiscal, mas que procurou nunca saber pormenores sobre a situação fiscal dos contribuintes para que a administração fiscal pudesse exercer os seus poderes sem qualquer interferência.