A divisão da vasta herança pelos seis filhos não foi equalitária nem consensual: os dois filhos mais velhos ficaram responsáveis pela fundação, que detém os palácios de Liria, em Madrid, e de Monterrey, em Salamanca; Cayetano recebeu o palácio de Arbaizenea, em San Sebastián, e uma grande propriedade rural em Sevilha; para Eugénia, a casa de Ibiza e uma herdade em Sevilha; Fernando ficou com a mansão de Marbella; para Alfonso, o castelo de El Tejado, em Salamanca, com a quinta adjacente; e Jacobo, segundo o El País, “foi sem dúvida o mais prejudicado pelas partilhas”, cabendo-lhe apenas algumas propriedades rurais. Diz ainda o diário espanhol que “a decisão provocou o distanciamento entre mãe e filho”. Cayetana responsabilizou a nora pela reacção do filho, chamando-lhe “mentirosa, má e invejosa”.
Jacobo foi sempre uma espécie de outsider da família. Enquanto os irmãos enchiam páginas na imprensa cor-de-rosa, o terceiro filho de D. Cayetana assinava textos nos suplementos culturais e literários dos jornais de referência. Em 1982 fundou uma editora, a Siruela, que vendeu em 2000. Cinco anos depois fundou uma nova editora, desta feita com a sua mulher.
A sensação de injustiça poderá ter sido acentuada pelo facto de a duquesa ter legado o palácio de Dueñas, em Sevilha, ao seu neto Carlos Fitz-James Stuart. Esta era a residência favorita da aristocrata (onde passou os últimos dias de vida) e considerada a jóia da coroa do património familiar. Cayetana e Jacobo acabariam no entanto por reconciliar-se durante a fase da doença da mãe. Porventura ambos sabiam que já não restava muito tempo à mulher mais titulada de Espanha.