A decisão foi tomada durante o IX Encontro Internacional da AICEI, realizado em Valência, em Espanha, fórum que teve como tema ‘O Património Histórico e a Economia da Cultura’.
A cidade está a ser alvo de uma operação de requalificação avaliada em 1,5 milhões de euros. Ao SOL, Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, revelou que o processo, em marcha desde Abril de 2013, é financiado pelo fundo comunitário Jessica e deu origem à criação da marca ‘VRSA a Céu Aberto’, que engloba todas as acções a nível económico, turístico, patrimonial e cultural.
O autarca salientou que as intervenções que estão em curso visam transformar a cidade numa referência turística e comercial. A maior fatia do investimento está a ser aplicada no comércio, o que passa pela renovação total da imagem exterior das lojas e pela padronização de toldos, expositores e material publicitário. “Este conjunto de medidas representa um dos maiores investimentos realizados no comércio da cidade e é totalmente suportado por fundos comunitários, o que é especialmente relevante numa época em que se assiste a uma profunda redução destes apoios”, adiantou.
O plano de intervenção permitiu igualmente a recuperação de um dos edifícios mais emblemáticos da cidade, a antiga Alfândega, pondo fim à degradação daquele imóvel histórico.
Na praça Marquês de Pombal, o fundo Jessica apoiou ainda a renovação do pavimento exterior, substituindo-o por um novo material mais seguro e apto a pessoas com mobilidade reduzida. Simultaneamente, decorreu a valorização e a iluminação do obelisco e da igreja, bem como a ocultação de cabos eléctricos e de telecomunicações.
Alojamentos de charme no centro histórico
Estas são algumas das intervenções realizadas, mas o presidente da câmara assegura que é intenção da autarquia transformar o centro histórico numa referência em termos turísticos, havendo um ambicioso projecto para converter os antigos imóveis, propriedade da câmara, em unidades de alojamento de charme. O projecto visa igualmente a reabilitação progressiva do casco histórico da cidade, tendo sido já desenvolvido um Plano de Salvaguarda do Núcleo Pombalino e criada uma Área de Reabilitação Urbana.
Luís Gomes lembrou ainda que VRSA é já um destino de excelência e é por isso que vai acolher a sede da AICEI. “Com esta missão, a cidade reforça ainda mais a sua importância iluminista e está empenhada em promover um debate amplo sobre os desafios que se colocam à regeneração urbana, tendo em vista a preservação arquitectónica”, explicou.
A autarquia vai partir em breve para a segunda fase da implementação das verbas do fundo Jessica e aposta num forte programa de animação do centro histórico da cidade que é, em si mesmo, um centro comercial a céu aberto.
No entanto, todas as intervenções são realizadas com muitos obstáculos. Luís Gomes aguarda desde 2007 a efectivação de um acordo para gestão e reabilitação da frente ribeirinha da cidade, referindo que “a morosidade na tomada de decisões por parte de entidades do Estado na área da gestão do território é um entrave à reabilitação. Existindo rapidez nas decisões, aceleram-se os processos de regeneração urbana e, consequentemente, reduz-se a burocracia e promove-se o emprego”.