A imoralidade dos vistos gold

Fui educado (é certo que numa família católica, mas qualquer família ateia com valores éticos ensinava o mesmo) na ideia de que ‘os fins nem sempre justificam os meios’. Precisamos de mais dinheiro? Pois isso não justifica assaltar Bancos, lojas ou transeuntes, e menos ainda dividir os imigrantes entre os que podem comprar um visto…

E já nem falo em promover assim uma falta de valores total, que leva as mais altas entidades públicas a quererem também ganhar alguma coisa com o assunto, mesmo que não fosse de forma ilegal (mas só contra toda a ética).
Não interessa se o pagamento foi em garrafas de vinho ou em dinheiro sonante. Não interessa pelo menos para a imoralidade, talvez apenas para a ilegalidade.

Nisto, Macedo acabou por se portar bem, ainda que tarde, e perante o estardalhaço judicial. Portas, que copiou o expediente de países em que pelos vistos os fins justificam os meios (e no Parlamento ignorou o essencial para se justificar), Passos que o apoiou, e todos os ministros que o aceitaram, continuam a portar-se mal. Os vistos gold são definitivamente imorais – nem sendo preciso ouvir sermões para o perceber.