Descobri verdadeiramente Bowie por causa dos Nirvana. Tinha uns 15 anos quando ouvi Kurt Cobain cantar “The Man Who Sold The World” e lembro-me de ficar surpreendida quando uma amiga me contou que o original era de Bowie, um artista que só conhecia por ‘Let’s Dance’ e ‘Modern Love’, canções que não comunicavam com as dores de crescimento habituais da adolescência.
Mas foi a vasculhar a obra antiga de Bowie, graças à discografia dos pais dessa amiga, que descobri um amor eterno. Goste-se ou não, Bowie definiu e eternizou a mais marcante visão da cultura pop. Ainda hoje, 50 anos depois da estreia em 1964, no único single que editou como Davie Jones, Bowie continua a ser o mais importante ícone vivo da história da música, aquele que nos ensinou a sonhar, a arriscar, a reinventar, a encontrar na arte uma escapatória…
Para assinalar as bodas de ouro, chega agora às lojas a antologia “Nothing Has Changed”, com dois inéditos e alguns temas perdidos nunca antes editados em disco. A playlist de hoje é, por isso, dedicada ao meu artista preferido de todos os tempos, reunindo as novidades da compilação mais completa até à data de Bowie e alguns dos temas essenciais da obra de Mr. David Robert Jones.
alexandra.ho@sol.pt
* Alexandra Ho é a jornalista que trata temas de música no SOL. À sexta-feira apresenta uma banda-sonora para o fim-de-semana, para ouvir as vezes que apetecer.