No final da votação das propostas de alteração aos estatutos do BE, que decorreu a sobressaltos, Soares conseguiu aprovar três propostas suas frente a duas saídas da Mesa Nacional, onde a actual direcção tem a maioria, e a uma outra aprovada na Mesa no início do mês com os votos contra dos líderes.
A regra da proporcionalidade na composição da Comissão Política foi aprovada. Isto significa que a partir de agora o órgão do partido responsável pela linha política dos bloquistas passa a ser constituída por elementos das moções menos votadas, em função do número de votos que cada uma delas vier a somar na Convenção.
A Comissão Política, constituída por 15 elementos, era composta até agora pela moção vencedora. Mas com a aprovação da regra da proporcionalidade já se antevê as dificuldades que a próxima direcção irá sentir na gestão política, já que terá de lidar diariamente com os adversários da segunda moção mais votada naquele órgão do partido.
Catarina Martins e João Semedo votaram contra a proposta de Pedro Filipe Soares Soares na Mesa Nacional, por considerarem que devem apenas chegar à Comissão Políticas os membros eleitos pela moção vencedora.
As outras duas propostas de Pedro Filipe Soares aprovadas hoje dizem respeito à caducidade da inscrição dos aderentes do BE e à proposta de referendo interno com carácter vinculativa.
Sobre esta última proposta, a Mesa Nacional abria a possibilidade de referendo apenas para decidir o apoio do partido a uma candidatura Presidencial ou sobre acordos pré ou pós-eleitorais nacionais e sobre orientação de voto do partido sobre matéria constitucional ou de tratados internacionais. Do outro lado, Pedro Filipe Soares, Mariana Aiveca e Joana Mortágua abriam a possibilidade de referendos internos vinculativos sobre "questões de relevantes para a intervenção política" do BE. Venceu esta última proposta.