De acordo com uma reportagem do diário brasileiro "Estado de São Paulo", que teve acesso às investigações do TCU, o "clube do milhão dos empreiteiros" terá desviado recursos públicos, inflacionando preços de materiais em obras de diversos órgãos e empresas públicas brasileiros.
Entre os contratos superfacturados estariam grandes empreendimentos como a construção de vias ferroviárias, estradas, aeroportos e canais da Transposição do Rio São Francisco, uma obra que envolve o desvio do curso do rio mais importante da região nordeste brasileira.
As empresas investigadas incluem a Andrade e Gutierrez, Camargo e Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão e Valec.
O dado consta de relatórios técnicos ainda não concluídos. Parte das empresas investigadas interpuseram recursos, contestando os critérios usados na auditoria.
As construtoras envolvidas fazem parte da operação "Lava Jato", levada a cabo pela Polícia Federal brasileira, que já prendeu dois ex-directores da Petrobras, e chegou a 14 executivos ligados às empreiteiras.
A operação iniciou-se em torno de uma rede de branqueamento e envio ilegal de dinheiro para o exterior, que levou à prisão do "doleiro" Alberto Youssef. A partir da sua lista de clientes, os agentes chegaram a uma série de outros nomes, incluindo políticos e executivos da Petrobras.
Um dos primeiros detidos na operação, o ex-director de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, fez um acordo de delação premiada e tem colaborado nas investigações.
Lusa/SOL