Uma luso-descendente disse à agência Lusa que se levantou cedo para comprar um frigorífico a um preço aliciante.
"Estou aqui desde cedo. Tive que madrugar, porque vão entregar apenas 400 números por dia e preciso comprar um frigorífico para casa porque o que temos já foi reparado várias vezes e está com problemas", explicou Maria Gonzales, de 40 anos, residente em Valência, 150 quilómetros a oeste de Caracas.
A luso-descendente acrescentou que tal como ela "há muita gente à espera" para comprar, prevendo que tenha que dispensar vários dias para conseguir o frigorífico que procura, mas que "o preço compensa o esforço".
Na Venezuela vigora, desde 2003, um sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e obriga os empresários a pedir autorização ao Executivo para ter acesso a dólares a preços preferenciais para efectuar as importações.
Nos últimos meses os empresários têm-se queixado de crescentes atrasos e dificuldades e para aceder às divisas, situação que têm levado algumas empresas a acudir ao mercado negro onde pagam até dez vezes mais pelos dólares que necessitam.
A imprensa venezuelana dá conta da presença de muitas pessoas à espera para comprar electrodomésticos também em lojas de Caracas, principalmente em Bello Monte e Boleíta (leste), apesar do mau tempo que se faz sentir na capital da Venezuela.
Agentes da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) foram desdobrados em alguns espaços comerciais.
O diário Notitarde noticiou que alguns estabelecimentos comerciais estão a dar senhas já com data de 26 de Novembro e que cada cliente apenas pode comprar dois produtos.
Apesar das filas, vários estabelecimentos ainda não receberam a mercadoria, segundo o diário Últimas Notícias.
Lusa/SOL