Juncker apresenta plano para investir 315 mil milhões de euros na economia europeia

O presidente da Comissão Europeia apresenta hoje no Parlamento Europeu o plano que pretende mobilizar mais de 300 mil milhões de euros nos próximos três anos para a economia europeia, que corre o risco de entrar novamente em recessão.

Juncker apresenta plano para investir 315 mil milhões de euros na economia europeia

Nos últimos dias tem saído alguma informação sobre os detalhes do 'Plano Juncker' que será apresentado esta manhã no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, e que foi a principal 'bandeira' de Jean-Claude Juncker para o seu mandato de cinco anos à frente da Comissão Europeia.

Segundo as agências de notícias, será criado o Fundo Europeu de Investimento Estratégico, dotado de 21 mil milhões de euros, que a Comissão Europeia estima poderá multiplicar até 15 vezes os recursos iniciais, mobilizando 315 mil milhões de euros (entre dinheiro público e privado) para a economia.

O novo fundo europeu será ser financiado pela Comissão Europeia, com uma garantia de 16 mil milhões de euros do orçamento comunitário, e com 5 mil milhões de euros do Banco Europeu de Investimento, que terá um papel-chave neste esquema graças ao seu 'rating' de triplo A (o mais elevado).

Os Estados-Membros, os bancos nacionais públicos e as autoridades regionais podem participar no fundo que será constituído sem que o investimento conte para o défice ou seja considerado ajuda estatal.

O objectivo do 'Plano Juncker' é atrair investimento, a partir do próximo ano, para financiar projectos em áreas fundamentais como infra-estruturas de transportes, banda larga, energia, inovação e investigação, energias renováveis, eficiência energética ou educação, apostando em projectos de maior risco, que o BEI mais cauteloso não financiaria.

Do total dos 315 mil milhões de euros que a Comissão espera mobilizar, 240 mil milhões serão para projectos de longo prazo e 75 mil milhões para apoios às Pequenas e Médias Empresas (PME) e às empresas de média capitalização.

A intenção de Bruxelas é que, na decisão sobre os projectos que irão beneficiar de financiamento, não haja quotas para países, limites à distribuição geográfica dos projectos ou tectos máximos sobre os montantes recebidos por cada Estado-Membro, desde que sejam economicamente viáveis e com qualidade.

Já foi criado um Grupo de Trabalho para fazer uma primeira análise à lista de potenciais projectos que os Estados-membros enviaram para Bruxelas e será, entretanto, criada uma plataforma com projectos, que podem vir ou não a ser financiados no âmbito do plano, mas que permitirá aos investidores públicos e privados terem acesso a informações sobre as diversas iniciativas.

No âmbito do novo fundo, será uma Comissão de Investimento que seleccionará, comprovará a qualidade e a viabilidade de cada projecto.

O 'plano Juncker' deverá agora ter 'luz verde' dos Estados-membros na próxima cimeira de 18 e 19 de Dezembro e o Parlamento Europeu também o deverá aceitar.

Só o futuro dirá se este plano terá mais sucesso do que acordado  em 2012 para impulsionar o crescimento e emprego, de 120 mil milhões de e euros.

Lusa/SOL