PGR confirma como arguidos dois directores que transitaram para Novo Banco

A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou hoje que dois elementos que transitaram para o Novo Banco foram constituidos arguidos, após as buscas de quinta-feira no âmbito de investigações do processo-crime do universo Espírito Santo.

PGR confirma como arguidos dois directores que transitaram para Novo Banco

"No âmbito da operação ontem [quinta-feira] desencadeada foram constituídos dois arguidos. Esta constituição não está relacionada com a atividade por estes arguidos desenvolvida no Novo Banco", referiu a PGR, em resposta enviada à agência Lusa, sem mais pormenores.

Entretanto, fonte próxima do processo avançou anteriormente à Lusa que os dois diretores do Novo Banco, que transitaram do BES, foram constituídos arguidos.

"São dois directores, de um universo de 500 directores que trabalham no Novo Banco", revelou hoje a referida fonte.

A notícia foi avançada pelo jornal Público e também pela estação televisiva TVI, tendo a fonte afirmado à Lusa que os dois responsáveis que foram constituídos arguidos estavam ligados à comercialização de dívida das 'holdings' do Grupo Espírito Santo (GES) aos balcões do Banco Espírito Santo (BES).

Na quinta-feira, a PGR indicou que as diligências que decorreram no âmbito de um processo-crime "do universo Espírito Santo" têm por base suspeitas de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento e fraude fiscal.

A PGR adiantou que, no âmbito de investigações, dirigidas pelo Ministério Público, realizaram-se várias diligências, designadamente 34 buscas domiciliárias, uma a um advogado e seis buscas a entidades relacionadas com o exercício da atividade financeira.

Segundo a PGR, participaram nas buscas 14 magistrados do Ministério Público (MP), do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, dois peritos do DIAP e duas centenas de elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ e da Autoridade Tributária (AT), entidades que coadjuvam o MP.

Nestas investigações, que se encontram em segredo de justiça, o Ministério Público conta também com a colaboração do Banco de Portugal e da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Lusa/SOL