De acordo com um texto que hoje chegou aos deputados e à comissão de inquérito, e a que a agência Lusa teve acesso, Salgado assume "inteira disponibilidade" para prestar o seu depoimento e os "necessários esclarecimentos" no parlamento na próxima semana.
Na mesma missiva, o antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES) diz não poder entregar no parlamento as atas das reuniões do Conselho Superior do GES, como requisitado, alegando "reserva de intimidade" e também porque as mesmas foram recolhidas nas buscas envolvendo os processos "Monte Branco" e "Universo Espírito Santo".
"No âmbito das referidas diligências judiciais, o meu domicílio pessoal e os espaços que utilizei (e utilizo) para fins profissionais foram objeto de buscas, tendo toda a documentação relativa às reuniões do Conselho Superior do GES que tinha na minha posse sido apreendida. Consequentemente, os objetos apreendidos passaram a integrar os aludidos processos judiciais, que se encontram em fase de inquérito e aos quais foi aplicado o segredo de justiça", escreve Ricardo Salgado.
O ex-presidente do BES será ouvido na comissão de inquérito na próxima terça-feira às 09:00.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro e tem um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
A 3 de Agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
Lusa / SOL