Durante toda a noite e o início da manhã desta quinta-feira, as forças russas combateram um grupo de rebeldes muçulmanos que atacaram a capital do território, Grozny. O bando de homens armados atacou um grupo de agentes da polícia, matando pelo menos 10 homens, e entrincheirou-se depois no edifício da Casa da Imprensa, um prédio de oito andares no centro da cidade.
Horas depois, com o edifício parcialmente destruído e várias viaturas carbonizadas nas ruas de Grozny, o Governo regional liderado por Ramzan Kadirov anunciava o final da “operação anti-terrorista”. Saldo: nove extremistas abatidos. Outras 28 pessoas ficaram feridas. [Abaixo, as imagens captadas pelo canal Russia Today]
A Chechénia, república de maioria muçulmana, é placo de conflito desde o colapso da União Soviética. O movimento independentista local, contudo, é tão antigo quanto a Rússia dos Czares.
Este mais recente ataque a Grozny ocorreu no mesmo dia em que o Presidente russo Vladimir Putin proferiu no Parlamento o seu discurso do estado da nação. A comunicação ficou no entanto marcada por críticas ao Ocidente, que acusou de “puro cinismo” e de querer fazer com a Rússia o mesmo que diz ter sido feito à antiga Jugoslávia – levá-la ao “desmembramento”. “Não vamos permiti-lo”, declarou.
Putin voltou ainda a defender a intervenção na Ucrânia, declarando a Crimeia tão importante para a identidade russa como “Jerusalém é para os povos daquela região”.
Deixou ainda um alerta para os russos, advertindo-os para a possibilidade de uma crise económica provocada pelas sanções internacionais e pela queda do preço do petróleo. O Governo prevê uma recessão em 2015.