A Federação dos Sindicatos da Função Pública (filiada na CGTP) e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (filiado na UGT), que convocaram a paralisação, acreditam que a adesão ao protesto vai ser elevada, tendo em conta a disponibilidade manifestada pelos trabalhadores nos plenários realizados.
As duas estruturas sindicais foram unânimes em salientar "a enorme solidariedade" existente entre os trabalhadores da Segurança Social, os que vão ser colocados em inactividade ao abrigo da requalificação e os restantes.
"Temos uma expectativa bastante elevada em relação a esta greve, existe uma grande solidariedade entre os trabalhadores e, por isso, esperamos uma elevada adesão, que pode levar ao encerramento de muitos serviços de atendimento", disse Luis Pesca, dirigente da Federação da Função Pública (FNSFP), à agência Lusa.
A FNSFP convocou para o início da tarde uma concentração junto ao Ministério da Segurança Social, em Lisboa, que contará com a participação de trabalhadores vindos de vários pontos do país, nomeadamente Porto, Coimbra e Setúbal.
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, vai participar na manifestação, em sinal de solidariedade para com os trabalhadores da Segurança Social.
O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), José Abraão, disse à Lusa que "esta é uma greve com grande significado, que deverá ter uma forte adesão, apesar dos constrangimentos sobre os trabalhadores".
O Sintap aproveita o dia da greve para entregar no parlamento uma petição com mais de 4.000 assinaturas em defesa dos postos de trabalho dos 697 funcionários da Segurança Social que serão colocados na requalificação.
O Instituto de Segurança social (ISS) tem em curso um processo para a colocação de 697 trabalhadores, considerados excedentes, em inactividade, ao abrigo do regime de requalificação (ex-mobilidade especial).
Os sindicatos da Função Pública, da UGT e da CGTP, já promoveram várias acções de protesto, que culminam na greve de hoje.
O ISS tem actualmente 8.442 postos de trabalho.
O regime de requalificação prevê a colocação de funcionários públicos em inactividade, a receberem 60% do salário no primeiro ano e 40% nos restantes anos.
Os funcionários com vínculo de nomeação, anteriores a 2009, podem ficar na segunda fase, até à aposentação, porque não podem ser despedidos.
Mas os funcionários com contrato de trabalho em funções públicas, posteriores a 2009, podem enfrentar a cessação do contrato, se não forem recolocados noutro serviço público no prazo de um ano.
Lusa/SOL