Na base da suspensão está o facto de o volume de reservas registado para os meses de Inverno não justificar a manutenção desta oferta. Em Abril, quando definir a operação de Verão, a situação será reanalisada e a empresa decidirá se retoma estes destinos ou se os abandona definitivamente.
Na época baixa há sempre alguma redução da oferta que pode ser recuperada no período de maior actividade do transporte aéreo. Mas, segundo o Presstur, esta opção da companhia pode estar relacionada com a intenção de ter aviões de reserva caso surjam irregularidades como as que afectaram a TAP há alguns meses, que obrigaram a fretar aparelhos.
A empresa liderada por Fernando Pinto já tinha anunciado esta estratégia, mas, como avançou o Negócios, acabou por desistir de alugar dois aviões – um de médio e outro de longo curso – que serviriam esse mesmo propósito. Em vez disso, deverá recorrer à ‘prata da casa’. Segundo fonte oficial citada pelo jornal, para que haja aviões disponíveis caso surjam problemas operacionais “serão feitos acertos na rede, deixando cair alguns horários”.
Com o relançamento da privatização, que poderá dificultar o acesso ao crédito, a TAP tem procurado soluções para se fortalecer financeiramente, recorrendo à venda e posterior aluguer de aviões, bem como ao controlo de custos.
Mais greves a caminho
Além disso, a companhia volta a enfrentar já este domingo e na próxima terça-feira uma nova paralisação devido à greve do pessoal de cabine. Até ao fecho desta edição mantinha-se a intenção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil de avançar com o protesto, acusando a TAP de abandonar o processo de negociação do acordo de empresa.
Fonte oficial da companhia explica que “tem havido diálogo com o sindicato mas não há quaisquer sinais objectivos de que estes possam desconvocar a greve”. A empresa admite que a paragem terá um impacto semelhante ao vivido nos outros dois dias em que o pessoal de voo também fez greve. Embora assegure que a “larguíssima maioria” dos passageiros já reprogramou voos, prevê uma perda diária de cinco milhões de euros.
Entretanto, foi também marcada uma greve na empresa de assistência em terra Groundforce – detida em 49,9% pela TAP – para 1 de Dezembro.
Nos últimos dias, e após o Governo ter decidido relançar a venda da empresa, os sindicatos têm mantido reuniões para acompanharem o processo. Assim que a privatização seja promulgada e haja caderno de encargos, admitem avaliar formas de contestar a privatização.