200 pessoas detidas em Nova Iorque

Milhares de pessoas juntaram-se ontem à noite para protestar contra a decisão de um grande júri de não levar a julgamento o polícia que matou Eric Garner – um homem negro que foi morto pelas autoridades enquanto era detido por vender cigarros avulso. 

200 pessoas detidas em Nova Iorque

As manifestações, compostas por cidadãos de todas as idades, ocorreram em vários estados, mas só em Nova Iorque foram feitas 200 detenções. 

O governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, admitiu que este “longo rol de eventos”, envolvendo a morte de afro-americanos perpetrada por agentes da autoridade, ameaça deitar por terra a confiança que os cidadãos têm na justiça criminal do seu país.

Cuomo afirma que existe “um problema” quando as pessoas começam a sentir que não são representadas de uma forma justa pelo sistema jurídico.

O presidente dos Estados Unidos já disse que é necessário “que as pessoas sintam confiança na polícia e nos agentes da autoridade e que o Ministério Público trate todos os cidadãos da mesma maneira”.

Só em Julho, mês em que Eric Garner morreu, a polícia norte-americana tirou a vida a pelo menos 23 pessoas. Os números foram obtidos através de uma lista de situações noticiadas pela comunicação social nos Estados Unidos.

Até ao início de Dezembro, a polícia norte-americana já tinha matado pelo menos 472 pessoas em 2014, o que dá uma média de 39 mortes por mês. Agosto foi o mês que mais vítimas mortais registou – 102 cidadãos perderam a vida.
 
Nem todos estes 472 casos se referem a acções letais injustificadas por parte da polícia. Algumas destas mortes ocorreram no contexto de perseguições automóveis, por exemplo. Mas a questão mantém-se: não será exagerado o recurso da polícia norte-americana à força letal?