"Descobrimos que a situação (financeira do Vaticano) era muito mais saudável do que parecia. Porque algumas centenas de milhões de euros estavam escondidas em diversas contas sectoriais e não apareciam nos balanços", explicou, numa entrevista à revista britânica Catholic Herald.
"É importante sublinhar que o Vaticano não está em falência. Além do fundo de pensões, que deve ser reforçado para responder às necessidades nos próximos 15 a 20 anos, a Santa Sé financia-se por possuir bens substanciais e através de investimentos", considerou.
O "ministro" da Economia descreveu um sistema em que cada serviço mantinha e defendia a sua independência.
"Os problemas eram mantidos em reserva. Poucos eram tentados a confiar ao mundo exterior os problemas da sua casa, o que só acontecia quando precisavam de ajuda externa", afirmou.
A partir de agora, "os orçamentos de cada congregação e conselho pontifício serão aprovados e as despesas controladas (…) durante o ano", com penalidades caso não sejam respeitados, sublinhou Pell.
O cardeal australiano, que integra o "C9" dos cardeais que aconselham o papa Francisco, foi nomeado "secretário da Economia", com plenos poderes para reformar os serviços económicos e financeiros do Estado, prejudicados, no passado, pela opacidade e importantes escândalos financeiros.
Uma das missões de Jorge Bergoglio, eleito papa em 2013, é a reforma da Cúria e pôr fim a um sistema obsoleto e despesista.
Lusa/SOL