‘Ninguém da família se apropriou de um tostão’

O ex- presidente do BES Ricardo Salgado garantiu hoje no Parlamento que nunca deu orientações para ocultar passivos das contas do Grupo Espírito Santo e que não houve desvios de dinheiro para a família ou administradores. E frisou que quem tinha a responsabilidade de acompanhar as questões financeiras nas contas do grupo no Luxemburgo era…

‘Ninguém da família se apropriou de um tostão’

“Posso garantir que nunca dei instruções a ninguém para ocultar passivos do grupo. Esta é a realidade dos factos. Nem tinha como funções acompanhar as contas do grupo. O Dr. Machado da Cruz não era apenas contabilista”, referiu Salgado, explicando que Machado da Cruz tinha responsabilidades de gestão de património do grupo nos EUA e em holdings não financeiras. “Foi uma surpresa muito grande o que aconteceu.”

“O GES está há 40 anos no Luxemburgo e nunca tivemos problemas com a holdings. As contas eram fechadas como eram e nunca tivemos problemas”, indicou.

Sobre os prejuízos históricos do BES antes do resgate, Ricardo Salgado garantiu ainda que "ninguém do BES, GES ou família Espírito Santo teve qualquer benefício daqui decorrente". “O prejuízo do banco não corresponde a milhões a sair do banco e a ir para offshores no estrangeiro, mas para provisões.”

O antigo gestor do BES sustentou ainda que "ninguém se apropriou de um tostão nem na administração, nem na família, nem nos quadros directivos”. “Estamos todos à espera da auditoria forense para perceber o que aconteceu", acrescentou.

 

Acompanhe em directo o depoimento de Ricardo Salgado na Comissão Parlamentar do BES.

joao.madeira@sol.pt

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