Morais Pires disse que na altura avisou que a "caracterização dos factores de 'stress' que afectavam o banco, a saída de depósitos, a evolução muito desfavorável dos títulos do BES, no mercado accionista e obrigacionista, as descidas de 'rating'", constituíam "uma 'tempestade perfeita'" que se podia agravar no decurso da semana seguinte, "nomeadamente em consequência de um eventual incumprimento do GES [Grupo Espírito Santo]".
E reforçou, perante os deputados da comissão de inquérito à gestão do BES e do GES: "A gravidade da situação poderia conduzir o BES a ter de recorrer à facilidade de emergência do Banco Central Europeu [Emergency Liquidity Assistance (ELA)], e por isso, não apoiava em consciência as manifestações públicas das autoridades portuguesas no conforto que davam à população relativamente à situação do BES".
Segundo o responsável, a ata desta reunião de 11 de Julho foi assinada e imediatamente remetida para o Banco de Portugal.
"Este meu apelo foi ignorado e, além disso, perdeu-se a última oportunidade de recapitalizar o BES através de fundos privados no fim-de-semana do dia 12 e 13 de Julho", acusou.
Lusa/SOL