'Rei ghob' matou três jovens por ciúme
É um caso singular na jurisprudência portuguesa. Francisco Leitão foi condenado, em 2012, à pena máxima pelo homicídio, em dois anos, de três jovens na zona da Lourinhã, mas os corpos das vítimas nunca foram descobertos. Joana Correia e Tânia Ramos foram assassinadas porque namoravam com jovens com quem o arguido (que revelou vários distúrbios de personalidade) queria ter casos amorosos, e Ivo Delgado por ter recusado voltar a relacionar-se com Leitão, após o desaparecimento da sua namorada, Tânia Ramos.
Matou Alexandra e Diogo em 5 horas
Em Novembro do ano passado, Paulo Jorge Almeida entregou-se às autoridades para confessar o homicídio de duas pessoas, cinco anos antes. Há uma semana, viu o tribunal da comarca de Lisboa Norte condená-lo à pena máxima de 25 anos por três crimes de homicídio qualificado (um na forma tentada), um crime de roubo e outro de furto, (ambos na forma tentada) e um de detenção de arma proibida.
Os juízes salientaram, no acórdão, “o nível de agressividade e violência” e “a forte intensidade do dolo” com que foram praticados os crimes, num curto espaço de tempo (entre as 18 horas de 29 de Fevereiro de 2008 e a uma hora do dia seguinte) e “num mesmo quadro de ilicitude significativamente elevado”. Para o Tribunal, não ficou provado que o ex-segurança queria suicidar-se, mas sim que usou a arma de fogo por “desejo de experiência” e “excitação”, com o intuito de roubar quem encontrasse pelo caminho. Alexandra Neno resistiu e foi baleada. Mais tarde, Diogo Ferreira surpreendeu-o quando tentava furtar objectos do carro do patrão e acabou alvejado com um tiro certeiro na cabeça.
O advogado Tomaz Batarda disse ao SOL que vai recorrer: “Como se condena à pena máxima alguém que se entregou, mostrou arrependimento e tem problemas mentais?”. Os juízes entenderam que, apesar de ter revelado imputabilidade diminuída, a “capacidade de (auto)determinação e compreensão” do arguido não estava afectada no dia em que cometeu os crimes.
Cabo da GNR matou três raparigas num ano
António Costa foi um dos mais violentos serial killers da história. Em 2007, o ex-cabo da GNR foi sentenciado a 25 anos de prisão por ter matado, entre 2005 e 2006, em Santa Comba Dão, três jovens suas vizinhas, que resistiram ao seu assédio. Foi ainda condenado por dois crimes de ocultação de cadáver, outro de profanação, dois de coacção sexual na forma tentada e um de denúncia caluniosa.
Incendiou três pessoas num elevador
Só quis pregar um “susto” à cunhada e à sobrinha. Foi assim que Francisco Ribeiro se desculpou pela morte das duas mulheres e do segurança que as acompanhava, em 2012. Mas o Tribunal de Sintra, um ano depois, não teve complacência e condenou-o à pena máxima e ao pagamento de mais de dois milhões de euros em indemnizações. Movido por vingança à conta de divergências quanto a uma sociedade que partilharam no passado, o arguido regou com álcool as vítimas, que se encontravam dentro de um elevador, e ateou-lhes fogo com um isqueiro.
Raptou e violou dezenas de crianças
Foi um dos maiores processos de pedofilia em Portugal. Em 2002, Leonardo Moreira, trolha de profissão, foi condenado a 25 anos de prisão por ter abusado, entre 1994 e 2001, de mais de 40 crianças, dos quatro aos 14 anos: seis crimes de violação, 28 abusos sexuais de crianças, 31 raptos, três ofensas à integridade física, nove ameaças e um furto. A soma das penas aplicadas chegava aos 317 anos e dez meses de prisão. “Tudo é grave, senão mesmo monstruoso, na conduta do arguido”, escreveram os juízes no acórdão.
Inglês fez tortura medieval
Steven Johnson, líder de um grupo de cinco britânicos que sequestrou, torturou e tentou matar o escocês James Ross, em 2010, no Algarve, foi condenado à pena máxima por ter praticado os crimes mais graves previstos na lei: homicídio qualificado (na forma tentada), sequestro agravado, ofensas à integridade física qualificadas, tráfico agravado e detenção de arma proibida. O arguido agiu para cobrar uma dívida relacionada com um negócio de droga, e também por ciúmes, já que a vítima vivia com a sua ex-namorada. O grupo cometeu actos de tortura invulgares: queimaram Ross com pontas de cigarro, líquidos efervescentes e um maçarico, e amputaram-lhe dedos dos pés, da mão esquerda e uma orelha.