Fitch: Economia da zona euro deverá crescer 1,1%

A agência de notação financeira Fitch considera que a zona euro deverá crescer 1,1% no próximo ano, acelerando para 1,5% em 2016, notando, contudo, o surgimento de “mais riscos contra o crescimento nos últimos meses”.

Num relatório especial sobre a Previsão Económica Global (Special Report sobre o 'Global Economic Outlook', no original em inglês), a agência de 'rating' norte-americana escreve que mantém a previsão de "um crescimento lento, com a recuperação a acelerar gradualmente em 2015 e 2016, mas os riscos do lado negativo aumentaram nos últimos meses", estimando agora um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na zona euro de 0,8% este ano e de 1,1% e 1,5% nos dois anos seguintes.

Estes valores mostram uma revisão em baixa ligeira, de 0,1 pontos para este ano, e de 0,2 pontos para o próximo ano, mantendo-se inalterada em 2016 face à previsão apresentada no relatório de Setembro, e estão abaixo do crescimento previsto pelo Governo para Portugal: 1% este ano e 1,5% no próximo ano.

A "fraqueza", diz a Fitch, está alargada a todos os Estados-membros, uma vez que as diferenças nos ritmos de crescimento entre o núcleo e a periferia têm-se esbatido nos últimos dois trimestres.

"Uma nova nuvem de incerteza é o abrandamento da Alemanha, a maior economia da zona euro, onde o crescimento homólogo abrandou dos 2,3% no primeiro trimestre deste ano para 1,2% no terceiro trimestre", escrevem os analistas da Fitch, sublinhando que "uma recuperação da Alemanha é vital para as perspectivas na zona euro".

Outra nota importante do relatório tem a ver com as exportações europeias, que a Fitch considera que vão continuar a beneficiar da "recuperação robusta dos Estados Unidos e do Reino Unido, combinada com uma taxa de câmbio mais fraca contra o dólar".

Por outro lado, continua o relatório, "os preços mais baixos da energia vão traduzir-se num choque positivo para a maioria dos membros da zona euro, através de custos de importação mais baixos, dando um impulso ao aumento do consumo".

Lusa/SOL