O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo PT, Jorge Félix, adiantou hoje à Lusa que o sindicato, outras estruturas sindicais e a comissão de trabalhadores (CT) vão ser recebidos pelo presidente executivo da Altice, Dexter Goei, e outros elementos da sua equipa, uma informação que fonte próxima da empresa também já confirmou.
A reunião, pedida pelo Sindicato dos Trabalhadores do Grupo PT na passada sexta-feira, decorre na quinta-feira de manhã.
"Temos um documento para entregar, onde solicitamos à Altice que esclareça por escrito [os seus] compromissos para os podermos apresentar aos trabalhadores", disse Jorge Félix, adiantando que o futuro projecto para a PT Portugal e a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores são as maiores preocupações.
Na reunião estarão presentes responsáveis de vários sindicatos, como o Sinttav (Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual), o Sindetelco (Sindicato Democrático dos Trabalhadores das Comunicações e dos Média), o Sindicato dos Engenheiros, o Sinquadros e o SNTCT (Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações).
Os representantes dos trabalhadores e os sindicatos já foram recebidos no início do mês pela Terra Peregrin, empresa detida pela empresária angolana Isabel dos Santos, para abordar a sua Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada sobre a PT SGPS.
A administração da Oi, empresa que detém 100% da PT Portugal desde o aumento de capital de maio, já assinou com a Altice o acordo definitivo para a venda da PT Portugal, avaliando o activo em 7.400 milhões de euros.
Os accionistas é que vão agora decidir sobre a venda da PT Portugal à Altice na Assembleia-Geral de 12 de Janeiro.
Contudo, a Terra Peregrin já disse que deixará cair a OPA que lançou sobre a PT SGPS, caso os accionistas aprovem a venda da PT Portugal à Altice.
A Terra Peregrin anunciou a 09 de Novembro a sua intenção de comprar a PT SGPS, oferecendo mais de 1,21 mil milhões de euros pela totalidade das acções da empresa portuguesa, ao preço de 1,35 euros por acção. A oferta é destinada a 100% do capital da PT SGPS.
Os accionistas terão também de deliberar sobre esta operação em assembleia-geral, o que só poderá acontecer quando a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) emitir um parecer favorável ao lançamento da OPA.
A oferta carece também de um parecer da Autoridade da Concorrência (AdC), já que Isabel dos Santos tem uma participação na operadora NOS.
Lusa/SOL