BES: Mosqueira do Amaral lamenta “tragédia” que causou danos materiais e morais

O ex-administrador do BES Pedro Mosqueira do Amaral lamentou hoje em nome pessoal e em nome da família que representa os prejuízos materiais e danos morais causados pela “tragédia” que foi o colapso do banco e do Grupo Espírito Santo (GES).

"Lamento em nome pessoal e em nome da família que represento os prejuízos materiais e os danos morais causados a todos os afectados por esta tragédia. Aliás, a minha família foi igualmente lesada, substancialmente, por este acontecimento", declarou o responsável.

Pedro Mosqueira do Amaral falava no parlamento, em audição na comissão de inquérito à gestão do BES e do GES.

Na sua intervenção inicial, Mosqueira do Amaral declarou aos deputados que a sua relação com o BES começou em 1997, quando ingressou como quadro técnico no banco, e desde 2001 que desenvolve a sua actividade na Alemanha, tendo tratado "da colocação das emissões de dívida do BES junto de bancos alemães".

O seu pai, Mário Mosqueira do Amaral, falecido em Março deste ano, era accionista e fundador do GES e membro do Conselho Superior.

Em 2008, Pedro Mosqueira do Amaral foi nomeado administrador não executivo do BES em representação da sua família, e foi nomeado "para alguns outros lugares de administração, de carácter não executivo, junto de outras empresas" do GES e do BES.

Já no final de 2011, o responsável passou a integrar o Conselho Superior do GES juntamente com o seu pai, embora só em Março deste ano, após a morte do seu progenitor, tenha conquistado direito de voto, contou aos deputados.

A comissão de inquérito arrancou a 17 de Novembro e tem um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.

Os trabalhos têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".

A 03 de Agosto passado, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

Lusa/SOL