Jovem agredida por taxista do Porto exige a sua expulsão da central

Uma jovem que diz ter sido agredida na semana passada por um taxista no Porto apresentou queixa contra o agressor à Raditáxis, exigindo que o motorista seja expulso daquela central.

Num comunicado enviado hoje à Lusa, Sara Vasconcelos, de 28 anos, conta como na manhã do dia 08, depois de uma noite de trabalho, foi agredida a "socos e pontapés" por um taxista, acreditando que tal aconteceu porque, antes de entrar na viatura estacionada na praça da República, beijou na boca uma amiga.

Na queixa que enviou à Raditáxis, a que a Lusa teve acesso, a vítima relata os acontecimentos dessa manhã e solicita à central que identifique de imediato o motorista, bem como outros dois taxistas que também se encontravam naquela postura e assistiram ao sucedido "impávidos e serenos".

A queixosa pretende que o taxista seja expulso da Raditáxis e que a central "envie a identificação do agressor e das duas testemunhas à justiça".

Na sua edição de terça-feira, o Jornal Notícias noticiou que o taxista em causa admitiu a agressão, mas negou que tal se tenha tratado de um "ataque homofóbico", acrescentando que o homem terá "perdido a cabeça depois de uma troca de injúrias".

"Devido à gravidade da situação, e com o apoio dos movimentos LGBT, informo que se não tiver resposta cabal ao solicitado até ao dia 19 [próxima quarta-feira], iremos realizar uma concentração de protesto junto à Raditáxis, exigindo sermos recebidos e esclarecidos sobre o que a administração pretende fazer relativamente a este caso e também para garantir que uma situação como esta não volta a acontecer", lê-se na queixa.

A queixosa pretende ainda que o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) retire a licença ao taxista em causa.

Sara Vasconcelos afirma não ter quaisquer dúvidas de que a situação configura "pelo menos dois crimes", designadamente um crime de ofensas corporais, "motivado pelo ódio e cometido pelo taxista", e o crime de "omissão de auxílio, cometido pelos ouros dois taxistas que não acudiram" à situação.

Entretanto, cerca de 60 moradores das ruas adjacentes do local onde ocorreu a agressão assinaram um documento em que condenam o sucedido e defendem que, nas ruas do Porto, "os direitos humanos são para cumprir".

Lusa/SOL